domingo, 3 de novembro de 2013

vida, né?

Li em algum lugar nos últimos tempos que, segundo tradutores do mundo inteiro, saudade é a 7ª palavra no mundo mais difícil de traduzir. Só existe no português.
A mesma matéria também dizia que só os que tem o português como língua materna realmente entendem o que é saudade, e só eles sabem senti-la. Às vezes, preferiria ter nascido em outro país, com outra língua, para não saber o que é esse sentimento.

Sentir saudade é bom por um lado, pois sabemos que o que vivemos (ou seja lá do que você tem saudades) foi bom/importante/significante e ainda é para você.

Porém, não é nada legal. Eu sinto muita saudade da minha família. Saudade de ter alguém pra chamar a qualquer hora pra falar qualquer coisa, mesmo que seja sem sentido. Pra contar algum fato da vida alheia, ou da minha própria vida. Rir dos meus erros, lamentar pelos fatos desagradáveis, me mostrar uma outra interpretação sobre as minhas palavras. Eu brigava a todo momento com a minha mãe; às vezes passávamos dias sem se falar, por coisas toscas... eu sinto tanta falta dela. Estou há três dias sem falar com ela, por causa de problemas na internet deles e tal, mas tenho tanta saudade. Lembro quando eu brincava dizendo que iria estudar na Europa um dia, não importava quando, mas iria, e ela ria comigo, dizendo 'aham, vai sim...', mas sem acreditar. Lembro da felicidade dela quando falei que iria me inscrever pra vir pra cá. Das lágrimas nos olhos dela. De ela me lembrar que as brincadeiras que eu fazia agora seriam realidade. Volta e meia vejo ela chorando pelo skype. Não gosto de mostrar pra eles que não estou bem aqui, pois sei que eles ficam péssimos lá. Sempre digo que estou ótima. Estudando muito, mas feliz. Isso é o que digo pra todo mundo. Digo, apenas. Não é a realidade. 

Como já escrevi aqui, sinto tanta falta de um amigo de verdade, de uma pessoa que eu possa contar como da família. Sempre me fiz de durona, que sabia viver sozinha, e que vivia muito bem consigo mesma. Mas não é bem assim. É nada assim. Mal sabia eu o quanto eu dependia das palavras dos meus pais. Eu ficava triste sim quando não falava com a minha mãe, mas ao menos eu via ela, sabia que ela tava ali. Agora, um oceano nos separa. Queria tanto dar um abraço nela! No meu pai! No meu avô! Até no meu irmão, que ainda brigo pelo skype. Até na minha irmã. 

Sabe, tô bem não. Tô nada bem... e não falo isso pra ninguém. Querem chamar de carência? Chamem. Pode ser. Sei lá o que é. Mas me sinto sozinha aqui, abandonada mesmo. Triste.

Por que não falo isso pra ninguém? Porque não quero preocupar ninguém. As pessoas de lá não podem fazer nada, ou qualquer coisa que possam fazer é tanto esforço que vai acabar influenciando na sua vida lá. Não quero ninguém triste por minha causa. Ninguém pensando que eu não estou bem, que sou frágil, que estou carente. Não preciso da pena/dó de ninguém.

Tenho umas amigas no Brasil que me confortam. Mas nem sempre as encontro online... Meu ex que me ajuda bastante... eu sei, ex é ex, mas continua sendo amigo. Também acho que seria melhor ser menos amigo, mas eu sei que ele me entende tão bem como nenhuma outra pessoa e, volta e meia, quando vi já chamei ele no bate-papo. Sempre conversa de amigo, nada além disso. Ele tem a namorada dele e a vida dele, minha intenção está beeeem longe de estragar qualquer coisa. E também, se ele não fosse tão simpático falando comigo, eu não chamaria ele. Ele também vem falar comigo às vezes, então não vejo nada demais. É amizade mesmo.

Aqui, tenho ninguém. Tenho um amigo que dá pra contar, mas ele está sempre ocupado, só conversamos quando saímos à noite. E ultimamente sempre há muita gente junto, não dá pra conversar sobre meus lamentos. Minha colega de casa não é uma pessoa que demonstra sentimentos, e o já deixou claro que não gosta nada de ouvir lamentações.

Bom, amigas de infância sempre colaboram com a volta do meu bom humor. Após um papo com uma delas, me sinto bem melhor. Mesmo que seja um papo virtual...

"Amizade é dom divino da paz,
é poesia e violão cantando a mesma canção,
com duas vozes iguais.

São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente,
um amigo é para sempre,
um amigo é para sempre."

Rui Biriva

Paty, hoje tu melhorou muito o meu dia! <3

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