sábado, 11 de janeiro de 2014

lembranças

Me deu saudade. No caso, ela só deu uma cutucadinha, porque está sempre comigo. Sempre. Então, decidi listar algumas coisas que me deu mais saudade depois que vim pra cá. A ordem não importa. Tenho aquela lembrança nostálgica dessas coisas, umas tenho muita saudade, outras quase não tenho, mas viveria tudo de novo. Lá vai:



Comer um xis.

Dar uma volta no shopping Bento.

Jantinha na casa do Lucão, na casa da Pati, ou na casa de qualquer integrante da invernada, ou no galpãozinho.

Arrumar os cabelos pra um rodeio.

Arrumar os cabelos pra um rodeio na casa de uma das prendas e ser recebida com bolo e guloseimas.

Acordar as 5h da manhã de domingo pra ir pro rodeio.

Catar almoço em um rodeio, e comer o que achar mais apresentável e mais barato.

Dançar em um rodeio.

Encontrar pessoas que tu não sabe o nome, mas tu sempre vê nos rodeios, e cumprimentar a maioria delas.

Encontrar aquele cara famoso no meio tradicionalista e ser cumprimentada por ele (porque ele sabe quem tu é).

Comer polenta feita pela mãe.

Comer polenta recheada feita pela mãe.

Encontrar as amigas de infância.

Chegar em casa com toda a família em cima da hora do almoço e fazer massa caldeada ou arroz e bife.

Chegar em casa com toda a família, super cansados, no fim do dia, e ajudar a mãe a arrumar a mesa pro café.

Acordar com a família conversando (gritando) na cozinha.

Acordar com a visita dos tios as 8h da manhã (ou antes).

Arrumar malas pra ir pra retiro ou rodeio ou inter-regional ou Enart.

Arrumar malas pra ir pra praia.

Arrumar roupa pra dormir na casa da amiga.

Comer o arroz e feijão da mãe.

Comer qualquer comida da mãe (carne de panela, lasanha de molho branco, panquecas, sopa de feijão, entre outras...).

Estar se arrumando pra sair quando chega algum parente pra visitar. Daí ficar explicando onde vai...

Almoços na casa da vó.

Chegar na parada antes das 6h27, pra não deixar a Luma esperando por muito tempo.

Arrumar lanche pra levar pro trabalho.

Sentar no chão da sala, no trabalho, e ter 9576 crianças sentadas no colo. E ai de mim se não conseguisse segurar todas elas e dar atenção pra todas.

Ganhar mil beijos e abraços todos os dias dos pequenos.

Ajudar eles a aprenderem a caminhar.

Ouvir as primeiras palavrinhas dos pequenos...

Morrer de surdez quando todos começavam a chorar ao mesmo tempo.

Contar histórias pros pequenos.

Levar os pequenos pro pátio e ficar autoanalisando cada ação, pois quem vê de fora pode entender coisas erradas.

Ler um recado de agradecimento dos pais nas agendas. Era raro, mas era bem bacana.

Encontrar uma criança na rua, cumprimentar e ficar pensando de onde conhece.

Encontrar uma pessoa na rua, e ficar pensando se conhece do meio tradicionalista ou de alguma escola. Se é mãe, pai, vó, irmã ou qualquer coisa de um ex-aluno. 

Estar andando de boas na rua e de repente ver uma criança correndo pra me abraçar.

Encontrar crianças grandes que foram meus alunos. E me sentir velha por isso.

Churrasco no domingo em casa. Churrasco no aniversário. Churrasco nas festinhas.

Ficar discutindo com o pai porque queria a carne magra e mais cozida possível. Sem estar seca...

Pedir qual era o espeto de porco e qual o de gado.

Ajudar na organização dos jantares/festas juninas/festas de aniversário. Depois ficar braba porque quem deveria trabalhar não trabalhou e tiveram os que trabalharam demais.

Colaborar na limpeza depois dos jantares e tudo mais...

Pedir pra mãe ligar pra marcar médico. Pra mãe ligar pra marcar exame. Pra mãe ligar e avisar que está doente e não pode ir pra aula. Pra mãe ligar e pedir algo emprestado. Pra mãe ligar.

Fazer um bolo porque vai vir uma visita que a gente gosta muito. Ou simplesmente porque dá vontade de fazer um bolo.

Receber elogios pelo bolo.

Marcar aquela janta com as amigas um mês antes. Chegar no dia e não ter a mínima vontade de ir, simplesmente por estar cansada. Ir e se arrepender por não ter vontade antes.

Se sentir uma miss quando tinha evento do CTG e, na hora de sair de casa, tinham parentes. Ficavam admirando vestido, cabelo, etc.

Ouvir dos outros e perguntar pros outros: "Mas eu te conheço... tu dança em CTG? Qual?"

Responder: "Sim! Paisanos da Tradição!"

Ouvir: "Onde fica o CTG de vocês?" ou "De onde é esse CTG?" ¬¬

Sair entregar folder e cartaz de rodeio/espetáculo artístico/rifa/jantar.

Sair pra catar brindes para as rifas e bingos. Explicar que o CTG não tinha sede, e estava arrecadando dinheiro pra isso...

Comer um cachorro-quente da barraquinha da frente do INSS.

Chegar da faculdade depois das 22h30 e encontrar pastel, bolo ou sopa em cima do fogão.

Surgir um baile ou evento pra ir de última hora e torcer pra encontrar um vestido limpo.

Ir em qualquer coisa relacionada a CTG com roupa normal e ser olhada como uma herege.

Se sentir importante como avaliadora. Mas sempre tendo consciência de que sabia menos que qualquer um dos concorrentes.

Ir pro centro por qualquer motivo num dia qualquer e encontrar 83725 pessoas conhecidas.

Ficar esperando alguém na frente do shopping.

Ir na lotérica e não encontrar fila (isso era a glória!).

Sair pra tomar um sorvete no domingo à tarde, simplesmente para não ficar em casa.

Esperar pela programação da semana farroupilha e se indignar por não ter os shows que eu queria.



Enfim, são milhares as coisas que me faziam ser feliz lá. E a felicidade é encontrada, normalmente, nas pequenas coisas. Muitas dessas coisas só algumas pessoas entenderão; outras, só eu vou entender. Mas ninguém no mundo faria uma lista com as mesmas coisas que eu, pois o que cada um de nós vive é único em cada um de nós. Cada um tem experiências únicas. E cada um é único. Não há ninguém no mundo como eu, nem como você.

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