quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Amarelices

Era uma casa amarela. Daquelas meio antigas, com uma porta e duas janelas, uma de cada lado. Daquelas que a gente passa na frente e fica imaginando o que tem dentro...
A porta e as janelas estavam encostadas, mas via-se as luzes acesas e algum burburinho. De vez em quando, alguém aparecia na janela, espiava, e a encostava novamente. O dia estava bonito, anoitecendo.
Parou em frente à casa um fusca amarelo. Desceu o motorista, auxiliou a senhora que estava no carona a descer. A senhora tinha idade avançada, cabelos brancos e curtos. Ele auxiliou-a a subir os três degraus até a porta, e, quando a porta se abriu, mesmo eu estando à uns trinta metros de distância, pude ouvir um coro: "Parabéns pra você, nessa data querida...". A senhora parou na porta, e o homem atrás dela, parecia que estava segurando-a. Ou ajudando ela a ficar em pé. Vi balões coloridos dentro da casa. Conclui que era uma festa de aniversário para a noninha.
Meu ônibus (também amarelo) apareceu na esquina, chegou na parada. Fui para casa. Também era meu aniversário.


(T.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário