sábado, 26 de abril de 2014

Doidera!

Daí me pego na janela investigando a vida do vizinho. Ele tá se trocando... (não consigo ver direito, calma). Tira o casaco, troca a camiseta... mexe em algo que não vejo o que é... parece que deita. Puxa um cobertor sobre ele. Sim, ele tá indo dormir. Ufa! Que é isso? Que interesse é esse, menina? Onde já se viu? Me indigno comigo mesma.

Pensa na pessoa cansada: eu. Dói ombros, coxa esquerda, tornozelo direito. E a consciência? Essa tá linda e loira. A pessoa participou da NeonRun (com direito a tombo), foi pra festa e se acabou. Dancei como se ninguém estivesse olhando e como se não houvesse amanhã (mas houve, e eu estou toda quebrada). Recebi até elogios; disseram que meu jeito de dançar era 'fofinho'. Mereço, né.

Mas é a vida! Feita de amigos e coisas boas. Sempre.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Aquele momento #8

Aquele momento que colocamos os fones de ouvido com aquela música que a gente gosta, fechamos os olhos e ficamos prestando atenção em cada som da música, cada instrumento musical... deixamos a música tomar conta de nós. Sentimos a música.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Ele

Ele espera encontrar alguém que goste dele. Que entenda sua timidez e seu jeito, seus gostos e defeitos. Ele gosta de sair, conversar e passear, mas sua timidez o impede de muitas coisas. Ele espera por alguém que o chame à conversa. Alguém que o faça se sentir à vontade, que o faça esquecer a timidez e a saudade de casa.
Quem sabe ela seja esta pessoa? Não, provavelmente não, ela deve ter quem a espera. Por que ela sente tanta falta de casa? Deve ser um amor esquecido. Só pode ser. A timidez dele não o deixa ir além de um braço dado na rua. De uma conversa sobre tradições regionais. De um almoço na cantina da universidade. Quiçá conversar sobre amores. E ele tem pouco tempo por aqui, nem vale a pena tentar conquistá-la, afinal a distância de seus lares é tamanha... É mais seguro cultivar uma leve amizade.
O tempo passa rápido, daqui a pouco ele estará de volta à sua casa, e talvez encontre essa pessoa que ele procura. Ele espera, um dia, encontrar.

Ela

Ela anseia por alguém. Não precisa ser lindo e perfeito, só alguém que dê sentido a tudo isto. Alguém que lhe ocupe os pensamentos de todo o dia, que se preocupe com ela e que dê motivos para que ela sinta preocupação. Sim, porque ela vive preocupada sem motivos. Ela espera por alguém que compreenda e supra suas esperanças e seus desejos, alguém que a entenda e não fique lamentando a solidão. Alguém que deseje sua presença, alguém que agradeça sua existência e sua amizade, carinho e cuidado. Alguém que reconheça sua bondade, e que veja em seus raros atos infantis e arrogantes a preocupação (também rara) com si mesma.
Ela já está cansada de ficar sozinha. Cansada de estar se iludindo com pequenos atos. De não entender como aquela menina chata do cabelo seboso acaba as noites sempre acompanhada enquanto ela, simples, meio tímida (mas com cabelo limpo) e de riso fácil sempre acaba sozinha.
Ao mesmo tempo que um 'dar as mãos na rua' ou 'dar o braço' a ilude, também a irrita. Porque, querendo ou não, ela ainda acredita que o amor comece nessas pequenas coisas. Então, ela acaba iludida. Mas irrita-se porque sabe que isso significa nada, que tantas outras vezes isso aconteceu e parou por ali, e ela está se iludindo novamente. E irritando-se com ela mesma, novamente. E com esses meninos inúteis, novamente.
Ela encanta-se com gentilezas. Uma gentileza faz a semana dela melhor! É tão difícil de encontrar neste país de pessoas fechadas, sérias e irritadiças. Mas faz tão bem...
Será que é romântica demais? Deveria desistir do amor? Mas ela já é tão grossa às vezes, se desistir, passará a ser uma velha rabugenta.
Bom, pelo visto vai esperar até a eternidade por alguém. Se ao menos aprendesse a viver bem sozinha, seria mais fácil. Mas isso é muito mais difícil do que parece.

sábado, 19 de abril de 2014

posso voltar?

Eu sofro demais aqui. Claro que há muitos momentos bons, que há pessoas incríveis, mas isso é o que, 30% do meu dia, no máximo. E o resto? Eu estou lamentando por ter que estudar, lamentando por estar longe da família, lamentando por estar longe das pessoas que eu gosto de verdade. Aqui é como se fosse um mundo paralelo, pois as datas comemorativas são diferentes e o tempo passa diferente, não há rotina, é tudo estranho.
Quero minha vida de volta! :(

quinta-feira, 17 de abril de 2014

E não há nada que se possa fazer...

E de repente, aquela saudade de casa bate. Ela sempre está ali, mas às vezes ela dói mais. Ela faz ter vontade de arrumar as malas e sair correndo para o aeroporto. Ela machuca lembrando de todos os abraços e risadas que tu poderia estar tendo lá. Joga na tua cara que as pessoas que tu mais ama não estão ali contigo, estão lá. E de novo, faz tu ter muita³ vontade de apenas voltar, sem se preocupar com o resto do mundo. Ela dói.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

aquele momento #7

Aquele momento que você tá ouvindo música e comendo cereal (ou qualquer coisa crocante) e não entende nada da música.

domingo, 13 de abril de 2014

sobre avôs

E quando a gente perde alguém que tem o mesmo sangue que a gente? Alguém que, se não existisse, não permitiria nossa existência... Um avô. É estranho.

Eu, melhor do que ninguém, sei o que sentar ao lado do avô na rua e não ser reconhecida. E não é por nenhuma doença de memória, mas eu nunca achei motivos. Passava por mim na rua e eu era uma pedestre qualquer, desconhecida. Quando eu ia à casa dele, ele perguntava pra minha avó quem eu era, de quem era filha. A minha vó dizia meu nome, a filha da Bea, é aquela neta que é professora. Aí ele tentava falar meu nome, 'Aah, a Thaíse', ou 'Ah, a Thas', me chamava de 'professora', e ficava nessas. Eu não achava isso legal nem agradável nem engraçado nem nada. Me dava raiva, me irritava, porque era isso que ele fazia pra se livrar de qualquer coisa: não lembrava. Quando a pessoa tem problema de memória, ok, é entendível. Só que ali era uma memória seletiva: ele não lembrava do que não queria. Porque nem a minha mãe ele cumprimentava na rua, mas quando ele estava com alguma amante, aí se escondia e disfarçava quando via a minha mãe. Isso não me deixa acreditar que ele tivesse algum problema de reconhecimento ou de memória.
Ele maltratava a minha avó e meus tios. Eu amo muito a minha avó. E tem coisa pior que ver alguém maltratando quem a gente ama? Minha vó sofreu muito por ele, teve a oportunidade de se separar, mas nunca quis. E era principalmente por isso que eu não gostava dele: porque ele fazia minha avó sofrer, e ela dava a vida por ele. Ela e meus tios sustentavam a casa, ele nunca comprava nada e sempre queria do bom e do melhor dentro de casa. Fez empréstimos absurdos, não pagou e depois vieram cobrar da minha avó. Enfim, foram milhares de coisas erradas que ele fez.

Talvez por isso eu nunca o considerei um avô por inteiro. Porque avô de verdade é aquele que sempre morou comigo. Que nunca mediu esforços para ajudar qualquer um dos netos (mesmo tendo vinte e cinco netos e muitos bisnetos). Que sempre me apoiou em tudo. Que nunca cansou de me dar bom dia e, na hora de ir dormir, beijar a minha mão e me dar boa noite. Que conta histórias. Que eu tenho muita saudade. Esse é um vô de verdade. E eu sinto diminuindo ele quando considero o outro avô, que nem me reconhecia na rua, como meu vô também.

Ele morreu dormindo. Segundo minha mãe, foi algo parecido com infarto. Havia uma semana que ele não queria comer, só bebia água. Nem a insulina queria aplicar. Todas as noites fazia bagunça e barulhos, justamente para incomodar minha vó e meus tios, mas na sexta não fez barulho algum. Às três da manhã, minha vó levantou e foi ver se ele queria água; ele apenas disse "não". Às seis e meia, quando minha vó foi dar o remédio, ele já estava frio. Vale ressaltar que na sexta, minha avó foi cuidar dele na cama, e ela caiu, machucou a perna e a cabeça.

Sabe, meu pai disse que agora minha vó vai viver melhor. Vai se estressar menos, não vai mais se incomodar com ele. Eu concordo. Mas mesmo assim, era meu parente de sangue, sou descendente dele, tenho sangue dele. E ele morreu. Mas talvez tenha sido melhor assim. Pra ele e pra quem ficou.

Vou tentar ficar bem. 

sábado, 12 de abril de 2014

;)

Será que um dia eu vou manter minha opinião por mais tempo?

Tipo, num dia eu me estresso (muuito³) com alguma coisa, e no dia seguinte eu já me irrito comigo mesma porque não deveria ter me estressado tanto assim, aquilo nem era tão relevante como parecia ou não cabia a mim esse estresse. Mas eu estou tentando criar consciência disso enquanto estou estressada... ;)

Olá, esta sou eu.


terça-feira, 8 de abril de 2014

ser estrangeiro

O que eu diria se eu pudesse recomendar ou não recomendar um intercâmbio pra alguém?

Depois que você sai do seu país para morar em outro país, você deixa de ter nacionalidade. Você deixa de ter o seu lugar. Porque, onde quer que você esteja, sempre haverá um pedaço de você querendo ir pra outro lugar, querendo voltar para o(s) outro(s) país(es) do seu coração.

Em melhores palavras:


"[...] Então você olha para sua vida, e os dois países que a seguram, e percebe que agora você é duas pessoas distintas. Por mais que seus países representem e preencham diferentes partes de você e o que você gosta na vida, por mais que você tenha formado laços inquebráveis com pessoas que você ama em ambos os lugares, por mais que você se sinta verdadeiramente em casa em qualquer um, você está dividido em dois. Para o resto de sua vida, ou pelo menos você se sente assim, você vai passar seu tempo em um incômodo anseio pelo outro, e esperar até que você possa voltar por pelo menos algumas semanas e mergulhar de volta à pessoa que você era lá. Leva-se muito tempo para conquistar uma nova vida para si mesmo em algum lugar novo, e isso não pode morrer, simplesmente porque você se moveu ao longo de alguns fusos horários. As pessoas que lhe acolheram no país delas e tornaram-se sua nova família, eles não vão significar menos para você quando você está longe.

Quando você vive no exterior, você percebe que, não importa onde você esteja, você sempre será um expatriado. Sempre haverá uma parte de você que está longe de sua casa e jaz adormecida até que possa respirar e viver com todas as cores de volta ao país onde ela pertence. Viver em um lugar novo é algo belo e emocionante, e pode lhe mostrar que você pode ser quem você quiser – em seus próprios termos. Pode dar-lhe o dom da liberdade, de novos começos, de curiosidade e empolgação. Mas começar de novo, entrar naquele avião, não vem sem um preço. Você não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo e, a partir de agora, você sempre ficará acordado em certas noites e pensará em todas as coisas que você está perdendo em casa."
(Texto completo aqui.)


É claro que eu recomendaria, justamente por isso. Sua visão de mundo muda, seus pensamentos, conclusões e opiniões mudam. Você aprende a valorizar mais as pessoas que tem todos os dias, e as pequenas coisas boas do dia a dia.

Força e fé! Isso tem prazo de validade.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Queridinha,

EU ODEIO QUANDO TU FICA FALANDO DE MIM PARA OUTRAS PESSOAS RIREM DE ALGUMA ATITUDE MINHA OU MANIA OU DE MIM, APENAS.

Sério, se tu não tem o que falar, mantenha o silêncio. Não é assim que as pessoas vão gostar de ti, não é me tachando de ridícula que tu vai ser melhor que eu em algum aspecto. Aliás, cada uma tem suas características, tu é melhor em algumas coisas e eu em outras. É inveja das minhas amizades? Lamento, mas não é falando essas coisas e rindo da minha cara que eles vão gostar menos de mim e mais de ti. Porra, que ódio. Eu te agradeci e induzi as pessoas a te elogiarem, já que tu me ajudou E ISSO É RARO. É raro tu me ajudar, não é raro eu ser legal contigo.

Me sinto uma criança aborrecida com um colega. Que coisa bem infantil! Cresça e faça jus à maturidade que tu deveria ter.

Essas coisas me irritam porque são coisas minhas, não deveriam ser contadas pra todo mundo. Que saco! Eu poderia contar que tu faz jantar romântico pelo skype, toma banho e se produz como se fosse à um restaurante, pra ficar na frente do computador. Que tu não sabe cozinhar, nem fazer sopa de pacotinho. Que tu começou a tomar anticoncepcional um dia antes de ir pro Brasil, e há duas semanas tava morrendo de nervoso porque foi burra, a menstruação atrasou e tava achando que tava grávida. Além de que tem um coelho que chama de filho e um urso que chama de Preto, porque esse é o apelido do teu namorado. Mas não, eu não acho isso necessário nem útil para as outras pessoas, então me calo.

Se tu soubesses o que as pessoas falam de ti... Acho mais produtivo tu tentar melhorar a tua imagem do que denegrir a minha, mas ok. Vá te foder!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Aos meus amigos

De quê eu sou feita? Dos meus amigos. Sem dúvidas, sou feita das pessoas que gosto. Minha alegria é feita das alegrias das pessoas que gosto e que andam comigo. O que eu seria sem meus amigos? Nada. Sempre são eles que me melhoram, sempre são eles que melhoram meu dia, meu humor e eu mesma. Aprendo muito com eles...
Enfim, amo vocês, pessoas maravilhosas da minha vida! Eles sabem quem são.




"Orgulhosamente seguimos bêbados,
Orgulhosamente seguimos sonhando
Que seremos eternos
Nossos filhos serão os jovens, e nós os modernos..."

<3

coisas boas do dia

ah, as coisas boas do dia:

- fiz nada.
- recebi a visita do Carlos, que foi bem bacaninha até.
- apesar de ter feito coisa errada, recebi apoio e elogios sobre meus acertos.

(:

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Depende do ponto de vista

E a vida segue. Mais alguns dias, ou menos alguns dias. Mais algumas semanas, ou menos algumas semanas. Mais um mês, ou menos um mês. Depende do ponto de vista. Até para ser otimista ou pessimista, depende do ponto de vista.

Aquelas depressões decorrentes das notas baixas atacando novamente... mas desta vez eu já sei como devo lidar comigo. Não tenho garantia alguma de que esta estratégia vá dar certo, mas né. Tentativa e erro, sempre.

Estou escrevendo o texto com a cabeça em outros pensamentos... bom, nunca fui de pensar em alguma coisa só mas quando escrevo, normalmente me detenho ao texto ou ao menos ao assunto do texto... enfim.

Hoje a professora coordenadora do Brasil pediu se eu queria ficar aqui os dois anos. E eu respondi que sim e que não... que se eu não conseguir ficar aqui, não estarei triste no Brasil. Mesmo eu aprendendo muuito aqui, é maravilhoso e tudo mais, mas eu sofro demais de saudades da família e amigos (esqueci de falar da pressão dos estudos). Ela me disse que, por mais que seja difícil, meus pais estão muito felizes e orgulhosos de mim aqui, e que é uma fase, tem data prevista para terminar... então é pra eu relaxar... eu disse à ela que, se eu estiver no Brasil no próximo ano, vai ser porque não consegui ficar aqui, e não porque eu desisti. Vou fazer o possível para ficar, se não der, ok, Brasil eu te amo, mas se der, ok, Aveiro é nosso!


Impossível não amar!

E assim a vida segue. Dia após dia...