quinta-feira, 23 de julho de 2020

Crises e crises

Então, faz uns dias que queria passar por aqui.
Devia ter passado, colocar pra fora sempre me ajudou a lidar com os meus sentimentos e emoções.

Tive alguns dias bem difíceis nas últimas semanas. Relendo o último post, percebo que esses dias difíceis vem desde abril.

Continuamos em quarentena. No município já morreram mais de 50 pessoas com esse vírus e no país a média é de 1000 mortes por dia. Sim, mil. Já estamos em mais de 82 mil mortes. É muita coisa. Culpa de muita gente que não está seguindo as orientações.
Precisamos usar máscara toda a vez que saímos de casa. Se me dissessem isso há um ano, seria surreal! Cada vez que tocamos em alguma coisa, precisamos usar álcool gel. Vamos nos nossos pais uma vez por semana, pra dar uma passadinha rápida, coisa de uma hora no máximo. Sempre de máscara, usando álcool gel e lavando as mãos. Vamos ao mercado uma vez por semana, sempre tendo que higienizar todas as compras. Agora, quatro meses depois do início da quarentena, não higienizamos mais tuuuudo o que compramos (pq é um saco!). Só higienizamos o que vamos usar na hora, se for legume ou verdura ou se for pra geladeira. Se não for nada disso, deixamos por uns dias descansando no quartinho. Por exemplo, o que compramos sábado (hoje é quinta) ainda está no quartinho. É o mozão que vai guardar (temos pouco espaço de armazenamento e eu sou péssima nisso). 
No município, estamos dando aulas online desde a segunda quinzena de maio. Trabalhamos 5x mais e o retorno é 5x menor. Na particular, voltei ao trabalho presencial na segunda quinzena de abril e estou fazendo milhões de coisas que não seriam as minhas coisas. Resultado: não consigo fazer o que me compete.
Por tudo isso, entrei em parafuso.

Parei e percebi que estou reclamando de tudo. Que minha mente me compara a tudo imediatamente, sem eu perceber conscientemente. Que se vejo alguma foto de alguma outra casa, por exemplo, na hora meu cérebro percebe o que tem lá que não tenho aqui: que falta uma poltrona, que meu rack está sujo de pó e eu não limpei ainda, que faltam quadros de decoração, essas coisas completamente idiotas. E o pior: isso me incomoda. Essas coisas faltarem acabam me incomodando, por mais que NA REALIDADE MESMO eu nem esteja preocupada com isso, eu nem usaria muito a poltrona, eu enjoaria dos quadros.
Eu estou também tomando qualquer crítica pro pessoal. Nunca acho que fiz o suficiente. Os prazos me pressionam, me engolem. Qualquer coisa que eu tenha que fazer e que tenha um prazo, me esmaga, e eu não consigo fazer. Eu estou produzindo pouco. Odeio o sistema do município, é lento, me incomoda muito, acabo não mexendo e não fazendo o que preciso fazer.

Estive lendo sobre tudo o que estou sentindo pra tentar me curar sozinha. Descobri a EFT (https://www.eftbrasil.com.br/), estou tentando usar, mas não vi nenhum resultado significativo ainda. Tentei fazer yoga também, vamos vendo. Voltei a ler e estou evitando um pouco as redes sociais. Eu e o mozi estamos indo caminhar (hoje será o segundo dia). É horrível fazer exercício físico usando máscara.

Ontem fui na psicóloga, ela tentou me ajudar mas não sei até que ponto valeu a pena. Parece que ela não entende algumas coisas que eu falo. Ela disse que é natural eu estar sentindo tudo isso, que 90% das pessoas também está assim, mas que é preciso relaxar, diminuir o nível de exigência de si mesma, colocar metas, e fazer o que for possível. Não se incomodar com o impossível. Eu juro que eu estou tentando, mas não é fácil.

Enfim, tenho que fechar todas as notas até segunda (não consegui nem começar porque algo me bloqueia, mas vou conseguir começar hoje, tenho fé). Essa semana estou de férias da particular, volto na segunda.

Vamos lá. Preciso melhorar e passar por isso. Eu sei o quanto eu sou boa e competente e sei que posso conseguir.
Mas é difícil...

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