quinta-feira, 23 de outubro de 2014

disciplinar-me? let's go!

Então. Hoje eu parei, sentei e olhei as estrelas. Sozinha, à noite, a beira da ria.

Pensei sobre muitas coisas, refleti sobre outras tantas, conversei, falei comigo mesma. Conclui várias coisas também.

Sei que vai soar completamente clichê, mas nosso universo é tão grande. Há tantas coisas nele. Como diz Mário Sérgio Cortella, "você é o vice treco do subtroço". Eu sou uma pessoa entre outras 7 bilhões que vivem no nosso planetinha, que gira em torno de uma estrelinha que é uma entre 100 bilhões de estrelas em uma galáxia que está entre outras 200 bilhões de galáxias em um dos universos possíveis, e que vai desaparecer. Olhei pra essas estrelinhas da nossa galáxia (que na verdade são beeem maiores que o nosso planetinha) e me perguntei:

Por que cargas d'água eu preciso de uma metade da laranja pra viver bem?

Durante o mês que eu passei no Brasil, recarreguei minha autoestima. Voltei com ela 100%, depois de ouvir tantas vezes que agora eu era uma mulher mesmo, não aquela guriazinha que havia saído de lá. Que eu realmente estava mudada, que eu estava linda de cabelo curto, que a Europa só havia feito bem para mim, entre tantas outras coisas. Voltei tão segura de mim e tão confiante que não deu outra: passei essa segurança e imagem boa que eu tinha de mim para as outras pessoas.

Acabei me envolvendo com alguém. Acabei lembrando como é ter alguém, nem que seja por alguns momentos, ter com quem dividir o banco, emprestar o casaco, abraçar e esquecer do mundo lá fora.

Acabei lembrando destas coisas e esquecendo como é viver sozinha, como é ter a própria companhia, decidir exatamente o que quer fazer, como, quando e com quem. Como é tranquilo não ter de quem esperar convites (e acabar nem os recebendo), como é agradável simplesmente decidir fazer algo sem se preocupar se precisa avisar alguém ou convidar alguém por obrigação. Como é incrível ter amigos de verdade, que te leem com um olhar e que sentem teu estado de espírito apenas olhando no teu olho.

Transar é ótimo, com certeza. Passar uma tarde brincando, conversando e beijando é mesmo muito agradável. Mas o preço de ser ignorada, de ser deixada de lado, ser tratada com um objeto que quando é útil assume todo o valor do mundo, mas quando não é acaba sendo guardado na gaveta, é muito alto. Esse preço é alto demais. E não, sexo e beijo na boca, mesmo que sejam perfeitos, não pagam este preço. Então, pronto.

Voltando: Por que cargas d'água eu preciso de uma metade da laranja pra viver bem?

Tá aí, eu não preciso. Eu preciso de amigos, sim, e estes eu tenho. Eles são os meus pedaços da laranja. Eu controlo muito bem meus desejos carnais, e eles nunca foram e nem serão problema. O banco? É ainda melhor quando é inteiro, e, querendo, posso dividi-lo com qualquer pessoa interessante que encontrar. O casaco? Costumo levar, e se eu esquecer, dou uma corridinha e me esquento, nem preciso mais. Abraços? Tenho amigos que suprem bem essa necessidade.

Ok, preciso me disciplinar. Tomar consciência das minhas qualidades e usá-las ao meu favor. As pessoas são passageiras; a única pessoa que esteve e estará todo o tempo comigo sou eu mesma. Então, que eu saiba me ajudar, sempre.

E é isso. Um resumo das tantas coisas que pensei e repensei vendo as estrelinhas. Agora é adotar a disciplina e melhorar como pessoa, para o meu bem estar e minha felicidade.

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