terça-feira, 17 de outubro de 2023

Dificuldades de uma dissertação

Novamente, estou eu, com dificuldades para pegar o computador e fazer o que precisa ser feito.
Lembro de me sentir assim na pandemia, quando computador virou sinônimo de trabalho e quando trabalho virou sinônimo de DEUSNOSACUDA.

Preciso fazer as atividades da minha sequência didática e não consigo. Venho empurrando há bastante tempo, meses. As razões são muitas, e nem a terapia tá conseguindo me colocar nos eixos.

É muito muito ruim a sensação de não conseguir fazer algo sem uma justificativa. Por que não consigo? Não sei. Já abri o arquivo e saí dele mais de 15 vezes só hoje. Abre, troca de aba, olha o whats, olha o e-mail, olha o formulário, volta pro documento, lê, volta pro e-mail, pensa em outra coisa, lembra do documento e volta pra ele, não sabe o que escrever, fica olhando pro nada... e assim vai. Ou não vai, no caso, porque fica onde está.

Algo me diz "levanta, busca as receitas" mas algo me segura no sofá. Eu não quero fazer esse negócio. Mas não consigo ver possibilidades de trocar de caminho nesse momento.

Minha psicóloga falou muito bem: preciso aceitar esse filho do jeito que ele é, porque, sim, ele é meu filho. Mesmo com todos os traumas que ele tem, mesmo "sem pai", mesmo cheio de defeitos. Preciso aceitá-lo e cuidar dele fazendo o que ele precisa. Nesse momento, ele precisa que eu monte a aula de conteúdo e as atividades que os alunos irão fazer pra me devolver. Essas aulas serão nessa semana, eu preciso fazer isso pra ontem pro Nicolau olhar e me devolver pra eu mandar pra impressão. E EU NÃO CONSEGUI FAZER AINDA!

É tão ilógico não conseguir fazer algo "sem motivo". Tipo, não me falta o computador, não me falta internet, não falta nada. Eu tenho todas as ferramentas necessárias. Falta cérebro.

Bora fazer o que o filho precisa. Depois, ele que lide com os traumas dele por não ser amado. Mas eu preciso fazer o meu melhor nele, mesmo sabendo que ele não será o melhor trabalho do mundo. Vou tentar...

E coloquei dissertação no título quando, na real, nem comecei dissertação nenhuma. Deus me ajude.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

uma carta

Contrariando as expectativas, cá estou eu.

É um momento único na minha vida, e achei melhor vir aqui registrar esses sentimentos. E vou escrever como uma carta, quem sabe um dia ele poderá ler este texto.

Hoje (04 de maio) você nasceu, meu sobrinho. É um sentimento que não tem explicação.

Eu já tenho uma sobrinha, é verdade, que é afilhada também, mas você é meu sobrinho de sangue. Me sinto errada dando uma relevância diferente pra esse momento do que dei pro nascimento dela, mas a verdade é que sou muito mais próxima da minha irmã (sua mãe) do que da cunhada (mãe dela). Eu espero por você há muitos anos, desde que minha irmã(sua mãe) casou, então, já são 10 anos.

Estou muito muito feliz e emocionada com a sua chegada. Também serei sua dinda, lindeza. É um sentimento que vai além de felicidade, sabe? Muita muita muita felicidade parece pouco para expressar.

Na verdade, estou bem séria, escrevendo. Mas a seriedade é pelo cansaço. Estou fazendo mestrado, tenho uma prova amanhã e outra semana que vem, e estou estudando e trabalhando bastante.

Faz algumas semanas, desde que o final da gravidez foi chegando, que comecei a ficar ansiosa. Olhava o celular com frequência para verificar se havia alguma notícia sobre você. Quando seus pais avisaram, na terça, que internariam ontem (quarta) para induzir o parto, porque você estava gigante e parecia não querer sair da barriga da mamãe, fiquei ainda mais ansiosa. Pensei que eu nem ia conseguir dormir de terça pra quarta. Mas o cansaço "ajudou" e dormi toda a noite. Isso não significa descansar.

Passei a quarta de olho no celular aguardando notícias. Seu pai avisou no final da tarde que eles só internariam hoje porque o hospital estava cheio. Pensei: Mais uma noite que preciso cansar bem pra dormir. Meu mestrado e trabalho se encarregaram dessa parte, mas tive muitos sonhos doidos por causa da ansiedade. 

De manhã, acordei com o celular vibrando e era uma mensagem do seu pai mandando uma foto deles (com você na barriga da mamãe) saindo de casa e indo pro hospital. Ele mandou no grupo da família.

E essa foi a única notícia.

O dia todo, uma ansiedade imensa pra saber como você estava e como sua mamãe estava. Sabíamos que ela queria parto normal, mas sabíamos também que induzir o parto nem sempre dá super certo, às vezes é preciso fazer cesárea.

E nada de notícias.

Eu tinha uma reunião na escola, às 17h30. Seu vovô (meu pai) me pedindo notícias, dizendo que os avós estavam se falando entre eles e ninguém sabia de nada.

Preciso pausar aqui pra dizer que acabei de receber um vídeo seu, chorando na balança, onde ela confirma as ecos: você nasceu com 4,190 kg. 53 cm. Cara, você é gigante! A tia tá chorando e rindo de novo.

Continuando: não me contive e mandei uma mensagem pro seu pai. Era 17h56. E era às 19h10 e ele ainda não tinha respondido nada. Os seus avós (meus pais) estavam muito preocupados. Eu também.

Mas eu estava na reunião pedagógica. E lá, chegou a hora de colocar a mão na massa: sua tia (eu) foi construir um carrinho com palitos de picolé, cola quente e elástico. O carrinho é movido pela força do elástico (essa parte seu tio-dindo pode te explicar, ele é formado em Física).

Me concentrei (achando que estava com o celular no bolso, ou ele estava e eu não vi vibrar, não sei mais) por bastante tempo.

Mais uma pausa porque conversei com a sua mamãe pra saber como ela está, e ela está bem. Estou muito feliz. Já falei isso, né. Mas é coisa de tia e de profe ficar repetindo coisas.

Continuando: quando peguei o celular, 32 min depois, tinham várias mensagens, inclusive do seu pai avisando que você tinha nascido. Seu avô já me perguntando se podia ir visitar (era uns 20min que você tava no mundo). Fiquei muuuuuito feliz e corri contar pra uma colega da sua mãe que também é minha colega, eu precisava contar pra alguém. Quase chorei ali no meio de todo mundo. Várias pessoas perceberam a minha emoção e me deram parabéns. Eu tava/tô muito feliz mesmo.

Voltei pro carrinho e terminei ele. Pensei em dar pra você, mas nem sei se você guardaria, é algo tão simples. Podemos fazer um desses quando você tiver idade pra isso.

Otávio, você é muito amado, há muito tempo. Sei que você já sabe disso das cartas que seus pais escreveram pra você, mas estou aqui de testemunha. Sua mãe cuidou muito da saúde pra que você tivesse tudo de bom e do melhor (aqui falamos de nutrientes e ambiente) pra crescer da melhor forma possível. Seus pais estudaram muito, pra saber de tudo: desde berço, as fraldas, o banho, os móveis, carrinho de bebê, como cuidar, como educar,... tudo. Seus avós são pura felicidade com a sua chegada. Você era muito esperado por eles também, talvez, até mais do que por mim, e olha que eu esperava muuuuito.

Ainda não falei do seu outro tio, irmão meu e da sua mãe, mas ele está no mesmo barco. Também esperava muito por você e está radiante com a sua chegada.

Seu tio/dindo estava trabalhando, dando aula. E acho que nem abriu as conversas ainda pra ler porque não ia conseguir responder. Mas tenho certeza que ele também está muito feliz.

Quando seus pais nos convidaram para sermos seus dindos, foi muito legal. A gente saiu pra jantar, a convite do seu pai, e eu e seu dindo já desconfiávamos de que tinha algo estranho. Mas não queríamos criar expectativas: os dois desconfiavam mas não verbalizaram pra não ter decepção (risos). E não teve: seus pais nos deram uma cuia de chimarrão onde estava escrito "Do Otávio para os dindos". Eu acho que não foi você que escolheu esse presente, mas eles disseram que sim (risos). Também deram uma bomba de chimarrão. Ficamos felizes com o presente mas muito muito muito felizes com o convite de sermos seus padrinhos.

Ah, também já aproveito pra contar de quando eles nos contaram que sua mamãe estava grávida. Ela estava de algumas semanas. Estávamos na casa do seu vovô (meu pai), quando eles disseram que estávamos em 7 pessoas: seu pai, sua mãe, sua avó, seu avô, eu, seu dindo... e você! Eu chorei (só um pouquinho, porque me contive). Escrevendo agora, lembrei exatamente dessa sensação. É aquela que felicidade não é suficiente, sabe? Enfim, foi muito legal.

Meu amor. Estou aqui para tudo tudo tudo o que você precisar, em qualquer momento da sua vida. Sua tia ama muito você, há muito tempo. E hoje, era isso que eu queria deixar por aqui.

Obrigada por vir engrandecer nossas vidas. <3

quinta-feira, 30 de março de 2023

post de 2023 kkkk

Voltar aqui em março já está se tornando um hábito.

Eu lembro do blog periodicamente, mas a real é que às vezes não consigo tempo pra voltar. Às vezes esqueço a senha (que é aquela com a fruta, mas com complementos), às vezes não quero fazer isso quando estou com o bonitão, enfim.

Percebi que esqueci de contar algo muito muito legal no post do ano passado. Uma amiga muito querida esteve aqui em janeiro de 2022, ficou uma semana na minha casa e depois mais dois meses na cidade. Foi muito bom estar com ela e turistar pela minha própria cidade. Também teve alguns momentos que cansei, sim, mas no geral foi bem legal.

Minha bateria social, depois da pandemia, deu uma reduzida drástica. Está mínima. Semana passada liguei pra alguns familiares porque estou planejando um almoço surpresa de aniversário pro bonitão e, sinceramente, me arrependi de ligar. Deveria era ter mandado mensagem pelo whats mesmo. Terminei a quinta ligação exausta psicologicamente.

Não consigo ficar muito tempo no meio de outras pessoas, tipo, com muitas pessoas para conversar e tal. Esse almoço será um teste pra ver como vou me sentir no meio de tantas pessoas queridas. São 18 pessoas comigo. Espero que seja legal e que ele goste da surpresa.


Entre janeiro e fevereiro, tive um período meio complicado psicologicamente.

Mas deixa eu contar todas as novidades, na ordem:

Em abril eu enlouqueci. Hahahah. Mestrado + Município + Particular não dava pra mim. Chorei muito. Algo eu precisava largar. Bonitão me disse que se eu quisesse mesmo continuar no mestrado, deveria sair da particular. Foi uma decisão difícil. Pedi demissão em 4 de maio. Não queriam que eu saísse. Só acreditaram de verdade quando fiz um documento a próprio punho solicitando minha demissão, no dia 25 de maio. Então, procuraram uma pessoa para me substituir e meu último dia foi 25 de junho.


Passei na carteira de motorista, finalmente, em maio. Final de maio, mais precisamente, 30 de maio. Opa. 10 meses hoje daquela segunda-feira. Eu estava bem nervosa. Tomei umas gotinhas de "tintura calmante" de manhã. Chorei ao meio dia, com o bonitão, antes da prova. Lá estava eu, às 13h, esperando para fazer a prova, mas só fui chamada pelas 15h. Quem não ficaria ainda mais nervoso?

Quando fui assinar a folha, vi que quatro pessoas tinham feito a prova naquela tarde com aquele avaliador e nenhuma tinha passado. Pensei: "ok, eu vou só levar ele pra passear". E fui. E deu tudo completamente certo. Não perdi um ponto sequer. O trajeto foi simples e achei que passou rápido, mas quando estávamos chegando de volta, ele me disse: "Thaís, Thaís... o que você fez..." e nisso eu tinha acabado de estacionar. Desligando o carro, falei "Não, de novo não, o que eu fiz???" e ele me mostrou que estava me aprovando, no tablet. Nunca vou esquecer a sensação de incredulidade.

O querido saiu do carro e eu gritando "Espera! Eu passei????", saí do carro e fui atrás dele e ele virou e disse que sim, que eu tinha passado. E eu gritei "Então me dá um abraço!!!" hahahahahahaha

doidíssima. Eu estava muito muito emocionada. Abracei até o diretor da autoescola, porque minha profe não estava lá. Liguei para o bonitão e mandei áudio para outras pessoas queridas contando. Foi muito legal.


Em maio também chamaram o bonitão para ser professor no estado. Então, o salário que eu perderia na particular ele passou a ganhar, pois manteve os dois empregos. Depois, em agosto, consegui a bolsa do mestrado. No primeiro semestre, passei em Mat discreta sem exame (lol) e com exame em Números e funções reais. No segundo semestre, impus a mim mesma passar sem exame nas duas disciplinas (Geometria e Aritmética) e consegui. 


Algo muito importante é que ano passado ganhamos uma sobrinha-afilhada e esse ano chegará nosso sobrinho-afilhado e eu descobri que sou muito babona. Muito mesmo.


Mas voltando, esse início de ano foi complicado pra mim. Tive a disciplina de verão do mestrado, onde foram 3 semanas intensas de estudo para o exame de qualificação. Mesmo tendo ido dirigindo para Canoas muitas vezes no ano passado, eu estava muito insegura de ir e ficar lá vários dias para estudar. Eu sentia que algo daria errado. Não deu.

Mas foi bem difícil, psicologicamente. Estava com bastante medo de morrer, de perder alguém, de que algo ruim acontecesse, enfim. Ainda tenho algumas vezes essas sensações, mas muito menos do que tive nessa época. Preciso trocar de psicóloga porque acho que a minha não consegue me ajudar como eu gostaria. Nesses dias ruins, fiquei sem dormir, chorava muito, estava o tempo todo com sentimento de alerta. Foi muito ruim.


Mas passou, ainda bem. Não 100%, mas estou lidando melhor com tudo isso.


O bonitão está trabalhando 4 noites e 2 tardes na escola, então largou o outro emprego pq não daria conta de trabalhar 60 horas. Impossível pra um profe de início de carreira. Então eu fico em casa sozinha nas noites que não vou pra aula, mas de manhã ele está em casa (eu também em duas manhãs) e algumas tardes também estamos juntos. Estamos mais tranquilos nos finais de semana também.


Em setembro eu pintei a parte de baixo do cabelo. Ficou legal, mas eu queria roxo e ficou rosa. Depois pintei em casa algumas vezes. Agora ele está verde. Vou cortar sábado e ver como fica. Queria descolorir mais e pintar de novo mas é muito caro :( .

Estou pensando sobre e conversando com os alunos sobre os possíveis temas da minha dissertação do mestrado. São muitas ideias. Também estou esperando ansiosamente pelo resultado da qualificação, que fiz dia 10 de março, mas ainda não saiu nada de nota. Deve sair até dia 10 de abril. Isso está me incomodando mais do que eu gostaria. Estou muito ansiosa.


Uma informação inútil é que estou com uma ofensiva de 227 dias (até ontem) no Duolingo. kkkk

Tb não sei se já registrei aqui, mas faço pilates desde maio de 2021. Gosto mais que de academia.


Enfim, era isso pra registrar hoje. Vida que segue.