sexta-feira, 10 de maio de 2024

Muitos pratinhos

Brevemente, queria registrar aqui como me sinto nesses dias.

A catástrofe ambiental no RS já dura duas semanas. Faz uns 11 dias que ficou feio de verdade. E, depois de ter feito sol entre segunda e ontem, hoje voltou a chover forte. O número de mortos já passou de 100 (era 107 ou 110, hoje, pelo que lembro), isso sem contar os mais de 120 desaparecidos. (não sei os números exatos e prefiro não pesquisar agora, mas estou estimando baixo.) Está bem difícil.

Meus pais voltaram pra casa no domingo, e estão monitorando a chuva pra saber se precisam sair de lá. Há avisos de risco de desmoronamento em metade do estado, pois a chuva de hoje cai numa terra já encharcada há vários dias.

A vida vai tentando voltar ao normal. Trabalhamos normalmente desde terça. 

Mas lembrando que alguns colegas de mestrado ainda estão fora de casa, pois as casas alagaram, podem ter perdido muita coisa... é muito triste.

Ficamos de quinta até terça sem água, indo tomar banho na casa dos outros e buscando água no Iraci, comprando água mineral pra beber. A água voltou bem direito ontem (quinta).

Ao mesmo tempo, vejo muitos pedidos de ajuda - até cobranças, na verdade, pois é assim que soam - e ainda não fiz nada pra ajudar. Eu tentei doar mas quando vi já não precisavam do que eu podia ajudar. Não fui ser voluntária, não irei no final de semana. Mesmo que eu saiba que não vou pois tenho outros pratos para equilibrar, a culpa não deixa de aparecer e pesar nos meus ombros.

Vou ajudar, sim, aqueles que eu conheço e que foram afetados. Devagar, vou ajudar. Não quero que isso também seja mais um prato para dar conta.

Preciso controlar o meu eu exigente, que vem aparecendo muito nos últimos dias. 

"não se depilou" "não limpou a casa" "não saiu pra correr" "se preocupa em se depilar com gente sem casa" "Se preocupa com a casa e nem tinha água" "vai sair como correr na chuva sua louca" "vai sair correr como sem poder tomar banho e lavar roupa" "não foi atuar como voluntária" "vai sair de casa como sem banho" "Não fez nenhuma doação" "não adianta doar o que os outros não precisam" "Nem doou dinheiro ainda pra quem conhece, pra ninguém" "vai doar pros outros e se precisar depois pra própria família?"

Essas são algumas das frases que ficam pesando aqui nos últimos dias.

Tá difícil de aguentar. A uma hora de psicoterapia não dá conta.

Enfim, era pra ser breve. Preciso terminar de lavar a louça e trabalhar na dissertação. Oremos.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

fase complicada

os últimos dias tem sido complicados.

E, quando falo últimos dias, me refiro a último mês, mais ou menos.

Passei 10 dias com crise de enxaqueca, seguida do maior desastre ambiental da história do estado. Praticamente 80% do estado está alagado ou encharcado pelas chuvas que acontecem desde a quinta da semana passada (8 dias atrás), e se intensificaram desde a última segunda-feira (hoje é sexta).

Aqui em Bento choveu mais de 530 milímetros de segunda até ontem. Isso é 50cm de água, em todo o lugar. É muita muita água! Ainda mais se considerarmos que o solo já estava molhado com as chuvas dos dias anteriores.

Na segunda e na terça, tive aula normal. Na quarta era feriado. Na quinta, fui trabalhar, os alunos tinham sido liberados, só foi os que precisavam muito, e foram liberados ao meio dia. Alunos e profes. Chegou a faltar luz por alguns minutos na manhã. E não parava de chover. 

A chuva deu uma acalmada no final do dia de ontem, que ficou chuviscando, depois, à noite, parou. hoje chuviscava um pouco, depois para, depois chove e para, e assim vai.

Na quarta e na terça, eu estava muito preocupada com os meus pais, porque com o solo encharcado o risco de desmoronamento é bem alto. Tentei convencer meu pai a sair de casa, mas ele não quis. Na quarta, desmoronou a ameixeira. Na quinta de manhã, desmoronou mais uma parte de mais ou menos um metro de largura por uns dez de comprimento, segundo meu pai. Foi aí que veio a defesa civil, e meus pais foram na minha irmã. Deixaram a casa lá, com o carro na garagem - que não consegue sair porque a rua está bloqueada nos dois sentidos. Posso dizer que eu falei que não era pra ficar lá, que mandei sair antes, mas não adianta falar nada agora.

Quando eu estava preocupada, alguma coisa na minha mente dizia que era bobice da minha cabeça, que eu não precisava me preocupar pois nada aconteceria. E na quinta eu percebi que minha preocupação era real, eu tava certa. Que pena que não me ouviram antes.

Na segunda dessa semana, tive consulta com médica clínica geral por causa da enxaqueca, que me perturbou seriamente na semana passada. Muita dor do lado esquerdo da cabeça e torcicolo. Remédios não faziam diferença nenhuma, nem os mais fortes que costumam ajudar. A médica pediu um exame de sangue de rotina (que fiz hoje) e recomendou que eu me afastasse de situações de estresse. Meu anjo, como?

Acredito que essa crise tenha sido motivada por estresse, pois começou logo depois que conversei com o meu orientador pelo meet (há exatas duas semanas). Fiquei muito frustrada e chateada e decepcionada pois percebi a quantidade - excessiva - de trabalho que ainda terei com essa dissertação, sabendo que nesse momento eu queria estar terminando ela.

Além disso, daquela sexta(há duas semanas), o querido não me deu retorno até essa terça-feira. Na última sexta (há uma semana) eu mandei um email com o trabalho 'atualizado' e na terça eu não tinha recebido nada. Acordei e mandei mensagem, pois na sexta ele tinha pedido desculpas e dito que essa semana iria me ajudar mais. Depois da minha mensagem, na terça, me respondeu, mas eu fiquei com umas dúvidas pois alguns comentários não estavam claros. Então, fizemos um meet de 15 minutos, que foi suficiente para me deixar ansiosa.

Na terça, teve também uma aluna que veio me relatar seus problemas pessoais, familiares, com a mãe e o pai. Fiquei bem abalada, pois queria poder ajudar de alguma forma mais concreta além de apenas ouvir...

Preciso considerar também que não estou fazendo os exercícios físicos que costumo fazer e que são o meu escape. A natação, nessas duas semanas, eu deveria ter ido cinco vezes, mas fui duas. O pilates essa semana não teve por causa do feriado. E correr eu fui na quinta da semana passada mesmo parecendo que minha cabeça ia cair. E foi só. Com essa chuva não dá pra ir correr, e agora nem água temos em casa pra tomar banho. 

Estou com dificuldades pra lidar com meus sentimentos e emoções. Mas preciso reconhecer que não está sendo fácil viver, de um modo geral. A insegurança de não saber se vou conseguir o suplemento (pra manter o meu salário, já que a última bolsa foi em abril). A ansiedade e pressão para terminar a dissertação, porque o tempo está terminando, orientador que não faz o que eu gostaria, e estou tão cansada disso... As turmas difíceis que tenho no trabalho, que me sugam muito e não posso deixar de considerar. Meus pais que cada pouco tem alguma situação complicada pra resolver - seja ela com o meu irmão, seja falta de dinheiro, seja agora essa situação do desmoronamento que, sinceramente, estou tentando não pensar em resolver. Tá difícil equilibrar todos esses pratinhos.

Daí junta essa catástrofe natural, onde cada pouco é notícia de alguém desaparecido. Bem complicado de lidar.

Enfim, espero que essa escrita me ajude um pouco a lidar com essas coisas todas... e prefiro acreditar que é uma fase ruim, mas que vai passar.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

dificuldade de escrever o que precisa escrever

Não estou conseguindo escrever.

É aquela sensação clássica de ficar olhando pro nada e não conseguir fazer o que precisa ser feito, ler algo útil ou escrever no arquivo certo.

Até tentei fazer uma lista do que preciso arrumar na dissertação mas não consegui realmente fazer nada da lista ainda. Ok, fiz ela há uns 15 minutos, mas esse tempo foi só olhando pro nada. Cabeça fervendo de assuntos aleatórios e desimportantes, sem foco nenhum.

Já fiz alongamento, já bebi água, já comi pirulito, e nada.

Semana passada eu dava a desculpa de que o orientador ainda não havia respondido. E ele respondeu, na terça à noite. Quarta viajei, voltei na sexta à noite, e no final de semana nem pensar em fazer isso. Agora é hora de encarar a realidade, já é fevereiro, preciso fazer isso aqui.

Queria entender por que é tão difícil. Por que é difícil escrever. "Porque não é o assunto que tu gosta", "porque tu está chateada com o orientador", "porque é difícil mesmo, todo o mestrando passa por isso, tu já viveu isso com a pós graduação e nos artigos da graduação mesmo". Todas essas frases têm razão. Mas, sozinha, cada uma não justifica esse bloqueio que parece quase físico e me segura, me impede de fazer o que parece tão simples e precisa ser feito.

Pensar na análise dos dados me dá borboletas no abdome (não só no estômago), mesmo que algumas vezes não pareça tão ruim. Não quero nem começar. Mas preciso e está na minha lista de tarefas até sexta.

Algo que me ajuda às vezes (além de organizar as ideias aqui) é pensar que meu eu do futuro vai ficar orgulhosa se eu fizer. Vou tentar focar nisso pois é uma verdade (eu ficarei muito muito orgulhosa de mim mesma por fazer qualquer uma dessas tarefas da lista). Veremos.

Li uns posts anteriores e vamos ver se agora vai. Até a próxima!



PS: li uns posts atrás e quero registrar que estou com uma ofensiva de 518 dias no Duolingo. kkkkkkkk

Além disso, continuo no pilates e também estou na natação, duas vezes por semana, desde o final de maio de 2023. (carinha feliz)

E nesses últimos dias estou correndo. lol nem eu acredito, mas enfim. Um dia consegui correr 1200m sem parar! e duas vezes no mesmo dia! em outros não cheguei a tanto, mas estou feliz. Com dor no quadril, mas feliz. Sábado eu saí pra correr SOZINHA! nem eu acredito em mim mesma. Corri uns 700m, em duas etapas, e caminhei o restante, totalizando 4200m em 39 minutos. Acho ótimo pra mim que estou começando. Estou satisfeita com isso.

Mas não estou satisfeita com o meu peso: quase 67 kg  :(   engordei quase 5kg entre dezembro e janeiro, mesmo estando muito ativa e sem mudar significativamente a alimentação... estou pra marcar médico pro check-up, mas não consegui ainda pelo plano.

Oremos e veremos.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Podia ter escolhido melhor.

Estou chateada.

Percebi que me sinto super ansiosa em relação ao orientador.

Semana passada, quando o encontrei pessoalmente, me percebi super ansiosa e nervosa esperando ele chegar. Talvez porque ele disse que chegaria às 14h e só chegou 14h17? Talvez porque eu sabia que o que eu tinha produzido não era tão bom? Talvez porque meu psicológico bugado confunde as funções?

Foi talvez um alívio pedir pro J conversar com ele antes e usar como desculpa que eu demoraria mais, pois enquanto eles conversavam eu pude me acalmar um pouco. Eu tava tremendo de ansiedade. Fui falando pra mim que aquilo era bobo e que eu não precisava me sentir assim, que aquela emoção podia ir embora, que eu estava pronta para conversar.

Eu nem sabia que logo em seguida ele contaria que não tinha olhado meu arquivo (que eu tinha enviado uma semana antes) e que contaria que o pai dele morreu.

Essa notícia acabou comigo. Me impactou muito, fiquei sem ação. Ele parecia estar super conformado e tranquilo. Mas a notícia me desarmou e nem consegui deixar claro o quanto ele é fundamental para que eu consiga seguir escrevendo e fazendo o meu trabalho.

O papel dele nessa história é me orientar. Ele precisa me orientar. Eu preciso da ajuda dele.

Não é nenhum favor, esse é o trabalho dele.

Não é minha obrigação fazer sozinha. Esses sentimentos/emoções que sinto são normais do processo. Estou falando da hesitação, insegurança, dúvida, dificuldade de leitura e de escrita. O que não é normal é eu ficar ansiosa porque ele não está cumprindo os prazos que nós estipulamos juntos. Eu estou cumprindo o que prometi. Poxa, ele não teve 30 minutos para abrir meu arquivo, ler e apontar algumas coisas????

Eu acho que ele acha que eu consigo fazer sozinha e que ele não precisa ajudar muito. Mas não é bem assim. Eu to com dificuldades. Eu queria alguém que lesse o que eu escrevo e me desse retorno.

O que eu quero é só o mínimo!!!

Não precisa de milagre, só o básico já tá bom.

Eu mandei uma mensagem dizendo que estou com dificuldades e que acho que as considerações dele me ajudariam. Acho que dá pra perceber que preciso de ajuda, né?

Enfim, espero que ele entenda.

Tô na dúvida se levo o computador pra tentar trabalhar um pouco na praia ou se nem levo. Acho que vou levar, na dúvida é melhor ter junto. Mas não vou deixar de ir pra praia pra fazer, é só pra fazer em horários que não conseguiria aproveitar. Também não vou ter muita privacidade, então, não posso esperar que vou super produzir pq não vou.

Vou levar o notebook mais por desencargo de consciência.

Escrever aqui me ajuda bastante. Hoje tenho psicóloga e vai me ajudar também.

O Evi também me encorajou a mandar mensagem pra ele. Uma parte de mim diz "Ele sabe que não está te orientando direito, não precisa ficar cobrando (e sendo chata)" e outra parte me diz "O óbvio também precisa ser dito, chama ele e deixa claro que tu precisa de ajuda". A primeira parte é aquela minha parte que odeia incomodar os outros.

Eu queria ouvir só a segunda parte. Mas não consigo às vezes. Ainda bem que tem o Evi que me ajuda a ouvir.

Por hoje era isso.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Dificuldades de uma dissertação

Novamente, estou eu, com dificuldades para pegar o computador e fazer o que precisa ser feito.
Lembro de me sentir assim na pandemia, quando computador virou sinônimo de trabalho e quando trabalho virou sinônimo de DEUSNOSACUDA.

Preciso fazer as atividades da minha sequência didática e não consigo. Venho empurrando há bastante tempo, meses. As razões são muitas, e nem a terapia tá conseguindo me colocar nos eixos.

É muito muito ruim a sensação de não conseguir fazer algo sem uma justificativa. Por que não consigo? Não sei. Já abri o arquivo e saí dele mais de 15 vezes só hoje. Abre, troca de aba, olha o whats, olha o e-mail, olha o formulário, volta pro documento, lê, volta pro e-mail, pensa em outra coisa, lembra do documento e volta pra ele, não sabe o que escrever, fica olhando pro nada... e assim vai. Ou não vai, no caso, porque fica onde está.

Algo me diz "levanta, busca as receitas" mas algo me segura no sofá. Eu não quero fazer esse negócio. Mas não consigo ver possibilidades de trocar de caminho nesse momento.

Minha psicóloga falou muito bem: preciso aceitar esse filho do jeito que ele é, porque, sim, ele é meu filho. Mesmo com todos os traumas que ele tem, mesmo "sem pai", mesmo cheio de defeitos. Preciso aceitá-lo e cuidar dele fazendo o que ele precisa. Nesse momento, ele precisa que eu monte a aula de conteúdo e as atividades que os alunos irão fazer pra me devolver. Essas aulas serão nessa semana, eu preciso fazer isso pra ontem pro Nicolau olhar e me devolver pra eu mandar pra impressão. E EU NÃO CONSEGUI FAZER AINDA!

É tão ilógico não conseguir fazer algo "sem motivo". Tipo, não me falta o computador, não me falta internet, não falta nada. Eu tenho todas as ferramentas necessárias. Falta cérebro.

Bora fazer o que o filho precisa. Depois, ele que lide com os traumas dele por não ser amado. Mas eu preciso fazer o meu melhor nele, mesmo sabendo que ele não será o melhor trabalho do mundo. Vou tentar...

E coloquei dissertação no título quando, na real, nem comecei dissertação nenhuma. Deus me ajude.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

uma carta

Contrariando as expectativas, cá estou eu.

É um momento único na minha vida, e achei melhor vir aqui registrar esses sentimentos. E vou escrever como uma carta, quem sabe um dia ele poderá ler este texto.

Hoje (04 de maio) você nasceu, meu sobrinho. É um sentimento que não tem explicação.

Eu já tenho uma sobrinha, é verdade, que é afilhada também, mas você é meu sobrinho de sangue. Me sinto errada dando uma relevância diferente pra esse momento do que dei pro nascimento dela, mas a verdade é que sou muito mais próxima da minha irmã (sua mãe) do que da cunhada (mãe dela). Eu espero por você há muitos anos, desde que minha irmã(sua mãe) casou, então, já são 10 anos.

Estou muito muito feliz e emocionada com a sua chegada. Também serei sua dinda, lindeza. É um sentimento que vai além de felicidade, sabe? Muita muita muita felicidade parece pouco para expressar.

Na verdade, estou bem séria, escrevendo. Mas a seriedade é pelo cansaço. Estou fazendo mestrado, tenho uma prova amanhã e outra semana que vem, e estou estudando e trabalhando bastante.

Faz algumas semanas, desde que o final da gravidez foi chegando, que comecei a ficar ansiosa. Olhava o celular com frequência para verificar se havia alguma notícia sobre você. Quando seus pais avisaram, na terça, que internariam ontem (quarta) para induzir o parto, porque você estava gigante e parecia não querer sair da barriga da mamãe, fiquei ainda mais ansiosa. Pensei que eu nem ia conseguir dormir de terça pra quarta. Mas o cansaço "ajudou" e dormi toda a noite. Isso não significa descansar.

Passei a quarta de olho no celular aguardando notícias. Seu pai avisou no final da tarde que eles só internariam hoje porque o hospital estava cheio. Pensei: Mais uma noite que preciso cansar bem pra dormir. Meu mestrado e trabalho se encarregaram dessa parte, mas tive muitos sonhos doidos por causa da ansiedade. 

De manhã, acordei com o celular vibrando e era uma mensagem do seu pai mandando uma foto deles (com você na barriga da mamãe) saindo de casa e indo pro hospital. Ele mandou no grupo da família.

E essa foi a única notícia.

O dia todo, uma ansiedade imensa pra saber como você estava e como sua mamãe estava. Sabíamos que ela queria parto normal, mas sabíamos também que induzir o parto nem sempre dá super certo, às vezes é preciso fazer cesárea.

E nada de notícias.

Eu tinha uma reunião na escola, às 17h30. Seu vovô (meu pai) me pedindo notícias, dizendo que os avós estavam se falando entre eles e ninguém sabia de nada.

Preciso pausar aqui pra dizer que acabei de receber um vídeo seu, chorando na balança, onde ela confirma as ecos: você nasceu com 4,190 kg. 53 cm. Cara, você é gigante! A tia tá chorando e rindo de novo.

Continuando: não me contive e mandei uma mensagem pro seu pai. Era 17h56. E era às 19h10 e ele ainda não tinha respondido nada. Os seus avós (meus pais) estavam muito preocupados. Eu também.

Mas eu estava na reunião pedagógica. E lá, chegou a hora de colocar a mão na massa: sua tia (eu) foi construir um carrinho com palitos de picolé, cola quente e elástico. O carrinho é movido pela força do elástico (essa parte seu tio-dindo pode te explicar, ele é formado em Física).

Me concentrei (achando que estava com o celular no bolso, ou ele estava e eu não vi vibrar, não sei mais) por bastante tempo.

Mais uma pausa porque conversei com a sua mamãe pra saber como ela está, e ela está bem. Estou muito feliz. Já falei isso, né. Mas é coisa de tia e de profe ficar repetindo coisas.

Continuando: quando peguei o celular, 32 min depois, tinham várias mensagens, inclusive do seu pai avisando que você tinha nascido. Seu avô já me perguntando se podia ir visitar (era uns 20min que você tava no mundo). Fiquei muuuuuito feliz e corri contar pra uma colega da sua mãe que também é minha colega, eu precisava contar pra alguém. Quase chorei ali no meio de todo mundo. Várias pessoas perceberam a minha emoção e me deram parabéns. Eu tava/tô muito feliz mesmo.

Voltei pro carrinho e terminei ele. Pensei em dar pra você, mas nem sei se você guardaria, é algo tão simples. Podemos fazer um desses quando você tiver idade pra isso.

Otávio, você é muito amado, há muito tempo. Sei que você já sabe disso das cartas que seus pais escreveram pra você, mas estou aqui de testemunha. Sua mãe cuidou muito da saúde pra que você tivesse tudo de bom e do melhor (aqui falamos de nutrientes e ambiente) pra crescer da melhor forma possível. Seus pais estudaram muito, pra saber de tudo: desde berço, as fraldas, o banho, os móveis, carrinho de bebê, como cuidar, como educar,... tudo. Seus avós são pura felicidade com a sua chegada. Você era muito esperado por eles também, talvez, até mais do que por mim, e olha que eu esperava muuuuito.

Ainda não falei do seu outro tio, irmão meu e da sua mãe, mas ele está no mesmo barco. Também esperava muito por você e está radiante com a sua chegada.

Seu tio/dindo estava trabalhando, dando aula. E acho que nem abriu as conversas ainda pra ler porque não ia conseguir responder. Mas tenho certeza que ele também está muito feliz.

Quando seus pais nos convidaram para sermos seus dindos, foi muito legal. A gente saiu pra jantar, a convite do seu pai, e eu e seu dindo já desconfiávamos de que tinha algo estranho. Mas não queríamos criar expectativas: os dois desconfiavam mas não verbalizaram pra não ter decepção (risos). E não teve: seus pais nos deram uma cuia de chimarrão onde estava escrito "Do Otávio para os dindos". Eu acho que não foi você que escolheu esse presente, mas eles disseram que sim (risos). Também deram uma bomba de chimarrão. Ficamos felizes com o presente mas muito muito muito felizes com o convite de sermos seus padrinhos.

Ah, também já aproveito pra contar de quando eles nos contaram que sua mamãe estava grávida. Ela estava de algumas semanas. Estávamos na casa do seu vovô (meu pai), quando eles disseram que estávamos em 7 pessoas: seu pai, sua mãe, sua avó, seu avô, eu, seu dindo... e você! Eu chorei (só um pouquinho, porque me contive). Escrevendo agora, lembrei exatamente dessa sensação. É aquela que felicidade não é suficiente, sabe? Enfim, foi muito legal.

Meu amor. Estou aqui para tudo tudo tudo o que você precisar, em qualquer momento da sua vida. Sua tia ama muito você, há muito tempo. E hoje, era isso que eu queria deixar por aqui.

Obrigada por vir engrandecer nossas vidas. <3

quinta-feira, 30 de março de 2023

post de 2023 kkkk

Voltar aqui em março já está se tornando um hábito.

Eu lembro do blog periodicamente, mas a real é que às vezes não consigo tempo pra voltar. Às vezes esqueço a senha (que é aquela com a fruta, mas com complementos), às vezes não quero fazer isso quando estou com o bonitão, enfim.

Percebi que esqueci de contar algo muito muito legal no post do ano passado. Uma amiga muito querida esteve aqui em janeiro de 2022, ficou uma semana na minha casa e depois mais dois meses na cidade. Foi muito bom estar com ela e turistar pela minha própria cidade. Também teve alguns momentos que cansei, sim, mas no geral foi bem legal.

Minha bateria social, depois da pandemia, deu uma reduzida drástica. Está mínima. Semana passada liguei pra alguns familiares porque estou planejando um almoço surpresa de aniversário pro bonitão e, sinceramente, me arrependi de ligar. Deveria era ter mandado mensagem pelo whats mesmo. Terminei a quinta ligação exausta psicologicamente.

Não consigo ficar muito tempo no meio de outras pessoas, tipo, com muitas pessoas para conversar e tal. Esse almoço será um teste pra ver como vou me sentir no meio de tantas pessoas queridas. São 18 pessoas comigo. Espero que seja legal e que ele goste da surpresa.


Entre janeiro e fevereiro, tive um período meio complicado psicologicamente.

Mas deixa eu contar todas as novidades, na ordem:

Em abril eu enlouqueci. Hahahah. Mestrado + Município + Particular não dava pra mim. Chorei muito. Algo eu precisava largar. Bonitão me disse que se eu quisesse mesmo continuar no mestrado, deveria sair da particular. Foi uma decisão difícil. Pedi demissão em 4 de maio. Não queriam que eu saísse. Só acreditaram de verdade quando fiz um documento a próprio punho solicitando minha demissão, no dia 25 de maio. Então, procuraram uma pessoa para me substituir e meu último dia foi 25 de junho.


Passei na carteira de motorista, finalmente, em maio. Final de maio, mais precisamente, 30 de maio. Opa. 10 meses hoje daquela segunda-feira. Eu estava bem nervosa. Tomei umas gotinhas de "tintura calmante" de manhã. Chorei ao meio dia, com o bonitão, antes da prova. Lá estava eu, às 13h, esperando para fazer a prova, mas só fui chamada pelas 15h. Quem não ficaria ainda mais nervoso?

Quando fui assinar a folha, vi que quatro pessoas tinham feito a prova naquela tarde com aquele avaliador e nenhuma tinha passado. Pensei: "ok, eu vou só levar ele pra passear". E fui. E deu tudo completamente certo. Não perdi um ponto sequer. O trajeto foi simples e achei que passou rápido, mas quando estávamos chegando de volta, ele me disse: "Thaís, Thaís... o que você fez..." e nisso eu tinha acabado de estacionar. Desligando o carro, falei "Não, de novo não, o que eu fiz???" e ele me mostrou que estava me aprovando, no tablet. Nunca vou esquecer a sensação de incredulidade.

O querido saiu do carro e eu gritando "Espera! Eu passei????", saí do carro e fui atrás dele e ele virou e disse que sim, que eu tinha passado. E eu gritei "Então me dá um abraço!!!" hahahahahahaha

doidíssima. Eu estava muito muito emocionada. Abracei até o diretor da autoescola, porque minha profe não estava lá. Liguei para o bonitão e mandei áudio para outras pessoas queridas contando. Foi muito legal.


Em maio também chamaram o bonitão para ser professor no estado. Então, o salário que eu perderia na particular ele passou a ganhar, pois manteve os dois empregos. Depois, em agosto, consegui a bolsa do mestrado. No primeiro semestre, passei em Mat discreta sem exame (lol) e com exame em Números e funções reais. No segundo semestre, impus a mim mesma passar sem exame nas duas disciplinas (Geometria e Aritmética) e consegui. 


Algo muito importante é que ano passado ganhamos uma sobrinha-afilhada e esse ano chegará nosso sobrinho-afilhado e eu descobri que sou muito babona. Muito mesmo.


Mas voltando, esse início de ano foi complicado pra mim. Tive a disciplina de verão do mestrado, onde foram 3 semanas intensas de estudo para o exame de qualificação. Mesmo tendo ido dirigindo para Canoas muitas vezes no ano passado, eu estava muito insegura de ir e ficar lá vários dias para estudar. Eu sentia que algo daria errado. Não deu.

Mas foi bem difícil, psicologicamente. Estava com bastante medo de morrer, de perder alguém, de que algo ruim acontecesse, enfim. Ainda tenho algumas vezes essas sensações, mas muito menos do que tive nessa época. Preciso trocar de psicóloga porque acho que a minha não consegue me ajudar como eu gostaria. Nesses dias ruins, fiquei sem dormir, chorava muito, estava o tempo todo com sentimento de alerta. Foi muito ruim.


Mas passou, ainda bem. Não 100%, mas estou lidando melhor com tudo isso.


O bonitão está trabalhando 4 noites e 2 tardes na escola, então largou o outro emprego pq não daria conta de trabalhar 60 horas. Impossível pra um profe de início de carreira. Então eu fico em casa sozinha nas noites que não vou pra aula, mas de manhã ele está em casa (eu também em duas manhãs) e algumas tardes também estamos juntos. Estamos mais tranquilos nos finais de semana também.


Em setembro eu pintei a parte de baixo do cabelo. Ficou legal, mas eu queria roxo e ficou rosa. Depois pintei em casa algumas vezes. Agora ele está verde. Vou cortar sábado e ver como fica. Queria descolorir mais e pintar de novo mas é muito caro :( .

Estou pensando sobre e conversando com os alunos sobre os possíveis temas da minha dissertação do mestrado. São muitas ideias. Também estou esperando ansiosamente pelo resultado da qualificação, que fiz dia 10 de março, mas ainda não saiu nada de nota. Deve sair até dia 10 de abril. Isso está me incomodando mais do que eu gostaria. Estou muito ansiosa.


Uma informação inútil é que estou com uma ofensiva de 227 dias (até ontem) no Duolingo. kkkk

Tb não sei se já registrei aqui, mas faço pilates desde maio de 2021. Gosto mais que de academia.


Enfim, era isso pra registrar hoje. Vida que segue.